O Cabo-verdiano é assim, onde quer que chegue, onde quer que esteja marca presença. Não podia ser diferente aqui em Bolívia, uma vez mais mostramos do que somos capazes. Todos ficaram boquiabertos quando viram a apresentação de Cabo Verde na II Feira Intercultural de Univalle.
Como muitos já constataram e volto a recalcar, o patriotismo, esse sentimento forte que vem no sangue e nos diz que somos parte de algo maior que nós, um país, uma cultura, uma historia. Foi esse sentimento, esse país, essa cultura y essa historia que nos inspirou uma vez mais, e nos fez campeões pela segunda vez consecutiva dessa importante feira da nossa universidade.
Este ano o tema que a FCVEB escolheu foi a descoberta de Cabo Verde, deixamos bem claro para quem quisesse ver que temos muito orgulho da nossa pele morena, do nosso sangue mestiço resultado da mistura do português e do africano. E parece que teve efeito porque vários foram os que arrepiaram, gritaram e choraram principalmente perante a excelente dramatização (donde foi representada a chegada dos descobridores a Cabo Verde, a captura dos escravos negros, o sofrimento da escravatura, o tronco da Cidade Velha, a revolta dos negros, em fim uma “mini novela” do que foi o nosso passado, do que foi a nossa historia) que apresentamos. As criticas foram as melhores possíveis, todos nos felicitaram pela enorme criatividade, mas o que mais me agradou, foi ver a uma das mais prestigiadas e querida docente de Univalle desfazer-se em lagrimas de tanta emoção. Segundo ela, sempre espera algo grandioso de nós, mas sempre acabamos por superar as suas expectativas.
Outro aspecto a salientar foi a incrível adesão e colaboração da maior parte dos cabo-verdianos cá em Bolívia (porque quando queremos e deixamos as picuinhas de lado somos úteis e trabalhadores) por isso há que agradecer a todos porque mais uma vez provamos que a união faz a força. E o resultado da força desta união, foram os dois prêmios (dos quatro que havia) que conquistamos nas categorias de Cultura e Dança. Pois claro, alem das nossas danças típicas não ficaram indiferentes, ou melhor, ficaram estonteados com a novidade e originalidade dos nossos “mendingas” com os seus famosos “hariaaa”, figuras que nunca haviam visto de perto por isso não perderam a oportunidade de “sacar uma fotito” (que se tornou em dezenas). Não posso deixar de lado “nôs catchupinha” que outra vez os fez lamber beiços tão pouco a fila enorme para espera dos nossos penteados.
Por isso uma vez mais aproveito para pedir ao nosso povo que nos de oportunidade de mostrar do que somos capazes, que por favor, não nos cortem as asas antes de voar, porque se vencemos em “terra longe” imagina o que podemos fazer em e para nossa terra. Quando digo viemos para vencer não me refiro só à Bolívia...
Margareth G. Lima
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